­

ANTROPOÊMICA - TORTURA DO CORPO VADIO

17:01:00

Eu domado, engomado, 
passado no pano, 
na cera da carnaubeira.

Atômico, cômico, 
parafusado ao braço 
engendrado na areia.

Envergadura endereçara, 
madura e esmagada 
por teu seio mecânico.

Sucateada engrenagem, 
no tronco meu trinco 
trancado por dentro.

Ladrilho rachado, 
bordejo pacífico, asa pulsante, 
teu ventre vem aberto.

Petrifico as mãos no chão, 
cor de carvão, profusão 
dessa crua carne.

Do absurdo quântico 
a metrificação enfadonha 
desse medo rítmico.

Alpargatas assoladas 
no calo desfeito 
em carbono hectográfico.

Tu em si ensina a sina 
de sermos mitigados, 
mastigados por caracteres.

Lânguida forma, 
primazia genital, 
fuligem do tempo terral, 
antropoêmica reativa no varal,
tortura do corpo vadio.

You Might Also Like

0 comentários

Subscribe